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Locais em completo abandono...

Veja aqui um blog que está publicando vários destes locais.



Extra! Extra!

Uma notícia das mais tristes...
Aí está o crime anunciado há alguns meses.
Um palacete fabuloso derrubado pra atender interesses comerciais de gente que nem da região é.
Espero que o MP faça sua parte e apure as responsabilidades!
CASARÕES REPRESENTATIVOS DO PERÍODO ÁUREO DO CAFÉ
PROPIEDADES PARTICULARES

PALACETE DO LAVAPÉS

CONSTRUÍDO EM MEADOS DO SÉCULO XIX, pelo Tenente Coronel Joaquim Pereira de Lima. Casa apalacetada construída em centro de um jardim com medidas de três lotes de terreno, que tinham em média seis braças de frente. Sua fachada principal de características neoclássicas, com frontão meio arco e florão ao centro. Possui seis janelas frontais destacando-se o passadiço e a pérgola apoiada em colunas de ferro fundido, com cobertura metálica que segue  da  portada principal até o portão de entrada.
Propriedade particular.
DEMOLIDO EM 01 DE MAIO DE 2013.
 
        Não sou uma pessoa que fica chorando sobre o leite derramado, acredito que as ações transformadoras é que são a verdadeira solução para aquilo que nos incomoda e entristece. Ficar falando repetidamente a respeito de determinada situação que já não tem mais solução, só enfraquece e banaliza, mas não soluciona, não muda.  Mas, neste caso, me sinto obrigada a me manifestar como cidadã e como arquiteta.
        Como disse Baudrillard, “tudo desaparece cada vez mais depressa no retrovisor da memória”. Não há qualquer perspectiva de retorno. Quem retorna descobre que a cidade não é mais a mesma. O homem é o animal que lembra. Podemos disser que não haveria cultura sem memória. Se existem imagens que falam do passado, é porque quem as vê inventa na memória a realidade de um tempo distante. São as lembranças que fabricam o sentido dessas imagens.
          Fazemos parte de uma cultura que vive de esquecer, de destruir – demolir, de negar o passado, para depois imitá-lo, como forma de recuperar sua própria imagem, desgastada pelo poderio econômico (cego, burro, egoísta envaidecido e aculturado). 
          Toda cidade é resultado de inúmeras intervenções. Não acredito em cidades ou sociedades engessadas. Mas, toda mudança requer acima de tudo respeito com a história e com o legado que nos foi deixado por outras gerações. Cidades se edificam sobre cidades e as histórias vão se somando, formando diversas imagens, nas quais revivem as ideias que cada geração tem da anterior. Quem conhece Roma, sabe do que estou falando.
          Sem dúvida é uma necessidade adequar o antigo às exigências do presente para que ele volte a pulsar como antes. Recuperá-lo não somente como obra arquitetônica isolada, mas como um espaço público, que tem importância referencial para o seu entorno e para a cidade.
            Neste discurso interminável e incompleto que é o urbano, as coisas mudam de lugar, trocam de função e de sentido, mas ficam imagens que guardam a memória. O passado que um dia foi presente é ou deveria ser,  um espetáculo diante de nós. O que precisamos fazer é interroga-lo, dar-lhe um sentido, e não demoli-lo. A História também não é um espetáculo? E se somos os seus espectadores, é porque estamos comprometidos com o passado (Merleau-Ponty ).
            Estamos vivendo a Era da teatralidade da economia e da política, e o homem está cada vez mais familiarizado com o mundo da mercadoria. Vivemos numa civilização que cultua a moda do novo e a exaltação do presente, vende no exibicionismo da imagem e do poder do dinheiro a história de uma cidade sem data. Quando o passado é visto como um acaso na paisagem da cidade, ele pode ser redesenhado ou readaptado ao tempo moderno, que tem a economia como estimulador da renovação urbana, sem qualquer ressentimento, sem um pensamento crítico. 

           A minha indignação com a arbitrariedade da DEMOLIÇÃO DO PALACETE DO LAVA-PÉS, me faz levantar as seguintes questões: Vivemos mesmo em uma Terra sem LEI? O que será das próximas gerações se o legado que deixaremos é o da destruição e da total desinformação e desvalorização do passado? E acima de tudo, como uma mesma obra arquitetônica pode nos mostrar o que MUITO DINHEIRO E CONHECIMENTO podem CONSTRUIR e também, o que MUITO DINHEIRO E IGNORÂNCIA podem DEMOLIR.

Minhas sinceras lágrimas.


Agnes Vaz Castilho de Souza













CASARÕES REPRESENTATIVOS DO PERÍODO ÁUREO DO CAFÉ
PROPIEDADES PARTICULARES

PALACETE DO LAVAPÉS

CONSTRUÍDO EM MEADOS DO SÉCULO XIX, pelo Tenente Coronel Joaquim Pereira de Lima. Casa apalacetada construída em centro de um jardim com medidas de três lotes de terreno, que tinham em média seis braças de frente. Sua fachada principal de características neoclássicas, com frontão meio arco e florão ao centro. Possui seis janelas frontais destacando-se o passadiço e a pérgola apoiada em colunas de ferro fundido, com cobertura metálica que segue da portada principal até o portão de entrada.

Propriedade particular.
DEMOLIDO EM 01 DE MAIO DE 2013.

Não sou uma pessoa que fica chorando sobre o leite derramado, acredito que as ações transformadoras é que são a verdadeira solução para aquilo que nos incomoda e entristece. Ficar falando repetidamente a respeito de determinada situação que já não tem mais solução, só enfraquece e banaliza, mas não soluciona, não muda. Mas, neste caso, me sinto obrigada a me manifestar como cidadã e como arquiteta.
Como disse Baudrillard, “tudo desaparece cada vez mais depressa no retrovisor da memória”. Não há qualquer perspectiva de retorno. Quem retorna descobre que a cidade não é mais a mesma. O homem é o animal que lembra. Podemos disser que não haveria cultura sem memória. Se existem imagens que falam do passado, é porque quem as vê inventa na memória a realidade de um tempo distante. São as lembranças que fabricam o sentido dessas imagens.
Fazemos parte de uma cultura que vive de esquecer, de destruir – demolir, de negar o passado, para depois imitá-lo, como forma de recuperar sua própria imagem, desgastada pelo poderio econômico (cego, burro, egoísta envaidecido e aculturado). 
Toda cidade é resultado de inúmeras intervenções. Não acredito em cidades ou sociedades engessadas. Mas, toda mudança requer acima de tudo respeito com a história e com o legado que nos foi deixado por outras gerações. Cidades se edificam sobre cidades e as histórias vão se somando, formando diversas imagens, nas quais revivem as ideias que cada geração tem da anterior. Quem conhece Roma, sabe do que estou falando.
Sem dúvida é uma necessidade adequar o antigo às exigências do presente para que ele volte a pulsar como antes. Recuperá-lo não somente como obra arquitetônica isolada, mas como um espaço público, que tem importância referencial para o seu entorno e para a cidade.
Neste discurso interminável e incompleto que é o urbano, as coisas mudam de lugar, trocam de função e de sentido, mas ficam imagens que guardam a memória. O passado que um dia foi presente é ou deveria ser, um espetáculo diante de nós. O que precisamos fazer é interroga-lo, dar-lhe um sentido, e não demoli-lo. A História também não é um espetáculo? E se somos os seus espectadores, é porque estamos comprometidos com o passado (Merleau-Ponty ).
Estamos vivendo a Era da teatralidade da economia e da política, e o homem está cada vez mais familiarizado com o mundo da mercadoria. Vivemos numa civilização que cultua a moda do novo e a exaltação do presente, vende no exibicionismo da imagem e do poder do dinheiro a história de uma cidade sem data. Quando o passado é visto como um acaso na paisagem da cidade, ele pode ser redesenhado ou readaptado ao tempo moderno, que tem a economia como estimulador da renovação urbana, sem qualquer ressentimento, sem um pensamento crítico. 

A minha indignação com a arbitrariedade da DEMOLIÇÃO DO PALACETE DO LAVA-PÉS, me faz levantar as seguintes questões: Vivemos mesmo em uma Terra sem LEI? O que será das próximas gerações se o legado que deixaremos é o da destruição e da total desinformação e desvalorização do passado? E acima de tudo, como uma mesma obra arquitetônica pode nos mostrar o que MUITO DINHEIRO E CONHECIMENTO podem CONSTRUIR e também, o que MUITO DINHEIRO E IGNORÂNCIA podem DEMOLIR.

Minhas sinceras lágrimas.

Agnes Vaz Castilho de Souza
Quem quiser ler na íntegra a notícia no Blog Fluminense, esteja à vontade e enxugue suas lágrimas também!

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